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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Pesquisadores descobrem "peixe sem olho" em Minas

Há quase 50 anos, o americano Joseph Tosi Jr. trabalhava na região de Jaíba, Norte de Minas, em um projeto do governo sobre ocupação do solo, quando um morador lhe mostrou um estranho peixe, pequeno, sem olhos. Ele guardou o exemplar e, de volta aos Estados Unidos, levou o espécime para pesquisadores, que o classificaram e o descreveram. Até pouco tempo atrás, a descrição feita pelos cientistas americanos com base neste holótipo (espécime único) era tudo que se sabia sobre o Stygichthys typhlops.
Em 2004, uma equipe de biólogos paulistas decidiram sair em busca de provas da existência desse peixe. Persistindo na procura do misterioso peixe, os biólogos acabaram por encontrar dois poços com água. O segundo poço tinha claramente contato com aquífero, pois continha uma grande fenda de onde jorrava água.

Os pesquisadores conseguiram capturar 34 indivíduos do Stygichthys typhlops. Moreira diz acreditar que é o único peixe que existe nesse hábitat e, devido às suas características, pode ser um sobrevivente de uma espécie cujos parentes que viviam na superfície foram extintos. “É uma espécie muito distinta morfologicamente, é realmente muito peculiar”, afirma.

Uma das curiosidades é o fato de o Stygichthys typhlops não ter olhos. “O grupo dos characiformes são muito orientados visualmente, são raros os casos em que encontramos essas características”, diz Moreira, explicando que apenas uma espécie que vive no México tem semelhança com a encontrada em Jaíba. O professor também explica que a estrutura óssea é bastante singular, assim como a morfologia externa.

A pesquisa, feita em conjunto com outros três professores, foi publicada no Journal of Fish Biology, do Reino Unido. “Esse primeiro trabalho é sobre a redescoberta do peixe e faz uma descrição da morfologia e dá os primeiros dados de comportamento, da biologia, de conservação, dos hábitos e hábitat”, conta Moreira, acrescentando que outros artigos sobre a curioso peixe vão ser publicados. “O próximo vai ser dizendo como esse bicho se encaixa na evolução do grupo e terão mais trabalhos de ecologia e comportamento”, adianta. O professor diz que a espécie está ameaçada de extinção por causa do uso em excesso da água do aquífero onde ele vive.

Por: Uai

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