Arcos, MG - Brasil

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"Eu sou a favor dos direitos animais bem como dos direitos humanos. Essa é a proposta de um ser humano integral". (Abraham Lincoln)

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Asfalto ambiental

A presidente da ONG Sociedade Amigos de Arcos (SaArcos), Marilene Soraggi, sugere o asfalto ecológico com uma alternativa para que as cidades se desenvolvam de maneira sustentável. De acordo com a ambientalista, Arcos está carente de áreas verdes e ela pede a atenção dos governantes para o cuidado com a natureza.

Marilene Soraggi diz que o asfalto ecológico já é adotado por algumas cidades, como alternativa de desenvolvimento, preservando o meio ambiente. “Em algumas cidades já é lei a utilização do asfalto ecológico, que é feito de pneus moídos. O “asfalto inteligente”, como também é chamado, previne acidentes e preserva o meio ambiente. Ele é mais áspero e a água penetra mais facilmente no solo, o que evita acidentes e enchentes. Se a vontade dos governantes é produzir asfalto, então que fique lançada essa ideia para ser avaliada”, sugere.

A presidente da SaArcos diz que o investimento no asfalto ecológico aumenta a qualidade de vida da população. “Trata-se de um asfalto mais caro, aproximadamente em 40%, mas compensa investir na qualidade de vida da população e, principalmente, pelo fato desse investimento proporcionar ao nosso município uma temperatura menos quente. Outra vantagem do asfalto ecológico é que os pneus serão retirados do meio ambiente, o que evitará, também, o acúmulo de água parada, que provoca a proliferação do mosquito da dengue”, acredita.

Marilene Soraggi diz que as áreas verdes de Arcos estão desaparecendo. “Arcos está carente de áreas verdes e só se vê loteamentos, sendo que dentro da cidade está cheio de áreas abertas sem serem utilizadas”, critica e conclui: “Se durante o investimento no projeto do asfalto ecológico ficar caro para o município, basta que se economize em alguma parte do projeto, pois ele valerá a pena. A semente está lançada”, diz.

A ambientalista faz um alerta sobre a degradação do meio ambiente em Arcos. “Deus nos deu a inteligência, mas o homem não a usa com sabedoria. Se somos inteligentes, por que fazemos tudo errado? O homem está destruindo o planeta e nada está deixando para as gerações futuras. Atualmente, só se pensa no poder do dinheiro, sem antes pensar no nosso maior patrimônio, que são nossas áreas verdes, nossas matas. O poder aquisitivo fala mais alto, mas ele não paga a vida”, observa Marilene Soraggi.

De acordo com a presidente da SaArcos, os políticos não valorizam ações de preservação do meio ambiente. “Muitos governantes acham que as ‘obras’ é que dão voto e valorizam o nome do candidato, mas possuir pensamentos assim faz com que nosso planeta peça por socorro. Tantas obras e tanto asfalto, que afastaram os predadores de mosquitos do nosso planeta”.

Marilene Soraggi diz que o uso do maquinário de limpeza em terrenos causa danos ambientais. “O uso das máquinas para a limpeza dos terrenos e lotes vagos está causando danos ao solo e exterminando insetos predadores que são importantes para o equilíbrio do meio ambiente. As gramíneas nos terrenos são de grande importância para o solo, pois além de protegerem e nutrirem o solo, fazem com que outras espécies sobrevivam para o equilíbrio ambiental”, alerta.

Segundo a ambientalista, os mosquitos estão vindo para a cidade devido ao desmatamento. “O habitat dos mosquitos é dentro das matas que o homem está destruindo. Sem as matas, eles invadem nossas residências e o resultado disso está se vendo com tanta epidemia de doenças causadas por mosquitos, como a dengue, a leishmaniose, a febre amarela, dentre outras”.

Marilene Soraggi destaca que entre as doenças provocadas por mosquitos, a leishmaniose causa maior dano ao meio ambiente, já que os animais contaminados são sacrificados. “No caso da leishmania, quem paga por isso são os animais, que recebem uma injeção letal, já que nos humanos este procedimento é proibido. A solução é pensar com sustentabilidade, dar um tempo para a preservação de nossas matas e utilizar as que estão sem utilização dentro da zona urbana”, opina.

A presidente da SaArcos também condena o uso de venenos nas limpezas de áreas urbanas. “O uso do veneno para limpar lotes e terrenos também é imperdoável, porque além de dar margem às queimadas, matam muitos animais. O lixo é que deve ser exterminado, já que ele é o causador da dengue e outras doenças”, orienta e explica que os proprietários de terrenos devem fazer a poda deixando as gramíneas mais baixas, para dar visão à existência de lixo, sem prejudicar o meio ambiente. Marilene Soraggi alerta que limpeza não quer dizer “raspar o solo com máquinas”, já que além de ficar caro para o cidadão, não é benéfico ao meio ambiente.

Por: Luis Geraldo Soares

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