Arcos, MG - Brasil

"Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante" (Albert Schweitzer)
"Eu sou a favor dos direitos animais bem como dos direitos humanos. Essa é a proposta de um ser humano integral". (Abraham Lincoln)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

MATAR NÃO RESOLVE

O BRASIL É O ÚNICO PAÍS NO MUNDO QUE MATA CÃES COM LEISHMANIOSE, TODOS OS OUTROS TRATAM A DOENÇA.

CERCA DE 48% DOS RESULTADOS DOS EXAMES SOROLÓGICOS REALIZADOS NOS CÃES PARA DIAGNOSTICAR A DOENÇA APRESENTAM UM RESULTADO FALSO POSITIVO.

Uma nova estratégia para combater o avanço da leishmaniose no País passa a ser avaliada pelo Ministério da Saúde: a distribuição de coleiras caninas com repelente para o mosquito transmissor da doença. A ideia é fazer um estudo-piloto e, se a medida for de fato eficiente, uma ação de maiores proporções poderia ser desencadeada.

Anunciado por representantes do ministério durante o 16.º Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária, na semana passada, o projeto aguarda previsão orçamentária. Mesmo sem recursos definidos, a empresa produtora da coleira disse ter sido sondada por representantes da pasta para verificar se há condições de atender um aumento repentino na demanda.

Transmitida por meio da picada de um inseto conhecido como mosquito-palha contaminado, a leishmaniose, que até alguns anos tinha como cenário principal ambientes rurais, passou a atingir também centros urbanos. De 2000 a 2009 foram registrados 34.583 casos no País, com 1.771 mortes.

O combate a esse avanço apresenta um grande complicador. Cães são reservatórios do parasita causador da doença. Quando o animal está infectado e é picado, ele pode contaminar o mosquito. Quando a infecção do animal é confirmada, o Ministério da Saúde afirma que a única alternativa é encaminhar o animal para eutanásia. Recomendação que não é acatada por boa parte dos tutores. Muitos até importam medicamentos para fazer tratamento nos cães, prática condenada pelo governo.

“A eutanásia se mostrou uma medida ineficaz. As pessoas acabam transferindo seus bichos para outras cidades, para outros bairros, o que aumenta ainda mais o risco de expansão do problema”, diz a presidente da União Internacional Protetora dos Animais, Vanice Orlandi.

Em Brasília, a leishmaniose em cães começou a aumentar a partir de 2008. Um inquérito feito no Lago Norte, área nobre da capital, mostrou que 18% dos 5 mil cães analisados estavam doentes. Na época, moradores que não queriam entregar seus animais para a Vigilância procuraram advogados, levaram seus bichos para outros lugares ou mentiram sobre suas mortes.

Outra estratégia é borrifar inseticida em áreas infestadas. O problema é que a identificação dos criadouros não é tarefa fácil. “As coleiras impedem que o cachorro seja picado, o que ajuda a interromper o ciclo da transmissão da doença”, diz o gerente da empresa fabricante, Marco Castro. Mas o produto é caro, tem de ser trocado a cada seis meses e não há nenhum estudo no Brasil que comprove a eficácia da distribuição em massa. Segundo Castro, um trabalho para avaliar o impacto da distribuição de coleiras foi desenvolvido em Campo Grande. Os resultados, porém, ainda não estão disponíveis.

Governo de SP protege cães da leishmaniose

Para impedir que São Paulo sofra um surto de leishmaniose visceral canina, o governo estadual pretende distribuir, pela região de Adamantina, coleiras com repelente contra o mosquito que transmite a doença. O produto seria utilizado pelos cães para impedir a presença do mosquito palha, conhecido como cangalinha em outras partes do estado.

Além disso, microchips também seriam implantados nos animais, o que facilitaria o controle sobre o tratamento dado por seus donos. Os veterinários também querem que o Brasil altere uma polêmica regra, que determina o sacrifício de todos os cachorros contaminados.

Em entrevista a Patricia Rizzo, Ricardo Ciarávolo, pesquisador da Superintendência de Controle das Endemias de São Paulo, mencionou a força do repelente para impedir a contaminação com leishmaniose, enquanto Mauro Alves, veterinário e consultor da Rádio Jovem Pan, comemorou a atitude do governo paulista.

De acordo com ele (que elogiou a implantação dos chips), a distribuição das coleiras é o primeiro passo para uma mudança de atitude. Além disso, continuou, o sacrifício dos cães é um grande erro, já que existem medicamentos que permitem o tratamento da leishmaniose visceral canina.

Fonte: Estadão / Jovem Pan / http://matarnaoresolve.blogspot.com/
Mais informações sobre Leishmaniose: http://matarnaoresolve.blogspot.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário