Arcos, MG - Brasil

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"Eu sou a favor dos direitos animais bem como dos direitos humanos. Essa é a proposta de um ser humano integral". (Abraham Lincoln)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Bezerra de duas cabeças preocupa fazendeiro em Caparaó

Na última sexta-feira, dia 17 de setembro, o fazendeiro José Maria Xavier Miranda, que dedica sua vida à criação de gados em Caparaó, na Zona da Mata mineira, foi surpreendido após o nascimento de um de seus animais - a bezerra parida em sua fazenda tinha duas cabeças e quatro olhos.

Como mostra a foto, as duas cabeças se juntam na altura dos olhos, ou seja, os dois olhos dianteiros são colados e os outros dois ficam lateralmente posicionados em cada uma das cabeças, o que causa diversos problemas à bezerra. "Quando vi o animal assim, meu coração partiu na hora", desabafa José Maria.

De acordo com o fazendeiro, o animal não consegue enxergar através dos olhos grudados, portanto apenas os olhos laterais funcionam, oferecendo uma visão completamente difusa e complicada. José Maria conta, ainda, que o bicho não consegue ficar de pé, pois suas cabeças pesam muito.

Dentre as complicações enfrentadas pelo animal, a que mais preocupa é a dificuldade de alimentação. A bezerra não consegue amamentar, pois tem duas bocas. "Para alimentá-la, tenho que encher um frasco descartável com um bico especial para bezerros e dar para ela", conta o fazendeiro. "Somente por causa desse meu esforço que ela tem sobrevivido".

Aberração genetica

De acordo com a professora do curso de Veterinária da PUC-Betim, Maria Poeli Gomes Lage, o animal nasceu com uma má formação genética, também chamada de aberração genética, que pode afetar qualquer parte do organismo. "A má formação genética pode ser decorrente tanto da mutação de um único gene, como de um cromossomo inteiro", explica.

Segundo Lage, fenômenos como estes são aleatórios, mas podem acontecer devido a fatores predisponentes. "O acasalamento de consanguíneos é um dos principais fatores que podem predispor uma mutação de caráter genético".

As limitações do animal também podem ter outras causas, além das observadas pelo fazendeiro. "Dependendo do caso, a má formação pode atingir os órgãos internos e acometer o sistema imunológico, gerando uma série de deficiências", afirma Lage. Nestas condições, a professora Maria Poeli Gomes Lages acredita que as chances de sobrevivência do animal são mínimas.

Apesar da gravidade da anomalia, o fazendeiro José Maria procurou o auxílio de especialistas para ajudar o animal. "Não tenho condições de criá-la assim e tenho muita dó e muito medo de que ela fique sofrendo", afirma. "Entrei em contato com a Universidade Federal do Espírito Santo para ver se os professores se interessavam e um deles se interessou, então pretendo doar a bezerra para que sejam feitos estudos. Espero que ela fique bem", conta o fazendeiro.
 
Por: Uai Noticias

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