Ex-diretor do IEF é preso suspeito de corrupção

Outros integrantes da cúpula do IEF também são investigados

O ex-diretor geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Humberto Candeias, foi preso na manhã desta quinta-feira em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, suspeito de corrupção. A prisão faz parte de uma operação conjunta da Receita Estadual e do Ministério Público Estadual, com o apoio da Polícia Militar, que investiga fraudes no desmatamento ilegal para produção de carvão. Outras quatro pessoas também foram presas, entre elas integrantes da cúpula do IEF. A ação ocorre em dez cidades mineiras.

Logo no início desta manhã, uma equipe da operação Máfia Verde foi para o apartamento de Humberto Candeias, no Bairro Santo Antônio, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, fazer uma varredura no local que durouc erca de duas horas. De lá os agentes saíram com diversos documentos e pastas, notebooks e CPUs, material suficiente para encher o porta-malas de um Palio da Receita Estadual. Somente a mulher do ex-diretor do IEF estava no apartamento do casal. Segundo o auditor da Receita, Djalma França, Humberto Candeias foi preso em Teófilo Otoni, mas sem especificar o local onde ele foi encontrado. Também foram presos os funcionários já exonerados do instituto, Itamar Ferreira Gomes, chefe de gabinete, e o servidor Sérvulo Figueiredo de Godoy. Os nomes dos outros dois detidos ainda não foram divulgados.

De acordo com a promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, além da colaboração em esquema de desmatamento ilegal para produção de carvão, existem outras irregularidades como desvio de recursos da autarquia, cancelamento de multas, apropriação indevida de honorários, pagamento indevido de diárias, acordos judiciais ilegais e fraude em licitações.

Defesa

A assessoria de Humberto Candeias disse que o ex-diretor do IEF relaciona sua prisão à uma estratégia política da oposição. "Não achei que a perseguição política que venho sofrendo chegasse a esse ponto. Mas como não tenho nada a temer, estou à disposição da Polícia Federal e do Ministério Público para qualquer averiguação e vou colaborar com toda a investigação dos fatos para que tudo seja esclarecido", disse Candeias em nota enviada à reportagem.

Candidato a deputado

Foram apreendidos documentos, notebooks e CPUs para ajudar nas investigações

Humberto Candeias, que presidiu o IEF por sete anos, pediu a exoneração no ano passado para concorrer nestas eleições ao cargo de deputado estadual pelo PSL. Conforme o site do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), a candidatura, que aguardava julgamento, foi deferida pelo juiz Maurício Soares na segunda-feira (2). Na declaração de bens informada à Justiça Eleitoral consta um patrimônio de R$ 302 mil, incluindo o apartamendo na capital, dois veículos e hectares de terra no município de Porto Firme, na Zona da Mata.

No blog que ele mantém na internet para divulgar sua trajetória no IEF e a própria campanha rumo à Assembleia Legislativa, um post publicado em 9 de setembro de 2009 justifica a saída dele da presidência do IEF: "Por ser um órgão fiscalizador, Humberto decidiu antecipar sua desincompatibilização para um ano antes, visando preservar o IEF de qualquer uso político da máquina administrativa ou gerar constrangimentos ao governo. Sua saída antecipada foi considerada um ato de responsabilidade e de respeito aos colegas da casa, pois Humberto é funcionário de carreira há mais de 20 anos e sua postura ética não permitiria expor o órgão nas questões eleitorais". (Com informações de Pedro Ferreira/Estado de Minas)

Por: Uai